segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Budapeste


Budapeste - Chico Buarque

Li Budapeste meio que por acidente. Não me levem a mal, eu tenho verdadeira adoração pelo Chico Buarque. As músicas dele tocam a minha alma (tá bom, tá bom, eu sei que é clichê, mas não é menos verdade por conta disso) e por conta disso desenvolvi uma certa resistência até em pegar nos livros dele. Por que? Ora, porque minhas expectativas sempre foram altíssimas. Acho que se sofresse uma decepção, esta poderia encobrir o brilho que sempre enxerguei no talento dele e isso acabaria por deixar um vazio em minha vida.

O "acidente" que me levou a, finalmente, ler Budapeste iniciou nos primeiros minutos de 2004. Foi quando beijei pela primeira vez o Paulo nas areias da praia de Copacabana enquanto assistíamos à queima de fogos do Reveillon do Rio. Assim começamos a namorar e um ano depois ele veio morar comigo até que enfim nos casamos no dia 16/11/2007.

Durante todos esses anos de relacionamento o Paulo sempre resmungou (é, ele resmunga bastante) sobre uma pretensa resistência minha a ler novos autores. Eu digo “pretensa” porque essa resistência só existe na cabeça dele. O que realmente acontece é que quando “descubro” um escritor novo gosto de esgotar totalmente seus livros antes de partir para o próximo escritor. Daí o Paulo tirou essa lenda sobre a minha “resistência” a novos autores.

E por que o Paulo resmunga? Acho que principalmente porque ele gosta, mas também porque essa “resistência” quando aliada a minha compulsão por comprar novos livros torna para ele uma Missão *Quase* Impossível me dar livros de presente. Sim! Eu já cansei de dizer para ele que eu também aceito ganhar jóias de presente. :wink:

Voltando ao livro, esse ano o Paulo chegou à conclusão que era hora de queimar um “trunfo” (algum livro ou autor que ele acha que podem me interessar, mas que ainda não deu porque só quer comprar quando estiver sem alternativas) e o escolhido foi Budapeste. Acontece que ele comprou Budapeste com quase um mês de antecedência do Natal e então foi crescendo uma expectativa nele para entregar logo o presente. Essa expectativa foi crescendo, crescendo, crescendo até que finalmente explodiu na última quarta-feira, quando ele me acordou de um cochilo gostoso no sofá me entregando o livro embrulhado e dizendo que sabia que eu estava sofrendo de tanta curiosidade para saber qual era meu presente (???). Pois é!

Como semana passada eu estava dando os arremates finais do PCMSO da empresa só pude ler umas poucas páginas, mas decidi que de hoje não passaria e assim, para não magoar meu marido me arrisquei a perder o Chico Buarque.

O livro conta a história de um ghost writer que de passagem por Budapeste cai de amores pelo idioma húngaro (“única língua do mundo que, segundo as más línguas o diabo respeita”). Dessa súbita paixão nasce a vontade de aprender húngaro e essa vontade acaba por tirá-lo de uma vida de inércia.

O livro é muito bom e ao escrever Chico Buarque impõe ao romance uma certa musicalidade que é nas palavras de um dos personagens “absolutamente irresistível”.

Beijos

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